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“Davi vai ser lembrado como um ator que, em momentos críticos, teve um importantíssimo papel para manutenção da governabilidade.

_Doutor em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB), Leonardo Barreto acredita que o presidente encerra o biênio mais fortalecido e que será como um “bombeiro da República”. _

“Vai ser lembrado por ter, em horas muito delicadas, conseguido organizar acordos, acalmar atores e diria que, talvez, se não fosse o papel desempenhado por ele [Alcolumbre], Bolsonaro teria enfrentado situações muito mais complicadas do que enfrentou”, explica.*

*“Davi vai ser lembrado como um ator que, em momentos críticos, teve um importantíssimo papel para manutenção da governabilidade. Avalio que ele foi a caixa de marchas da República: em situações em que a temperatura aumentou entre os Poderes, teve o papel de reduzir o giro, de pacificar as relações”, completa. *

“*O Davi ajudou a reduzir animosidades entre o Judiciário e outros os Poderes. Ele exerceu uma verdadeira descompressão política sempre que a temperatura passou do limite. E não lhe faltou oportunidade para isso”, diz o cientista político. *

“Poder Moderador”

A avaliação encontra respaldo na análise do professor do Instituto de Ciências Políticas da UnB Ricardo Caldas. O cientista político defende que Alcolumbre seguiu caminho diferente do adotado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

“Para o sistema político, certamente foi positiva a atuação do presidente do Senado, como um poder moderador. Ao contrário de Maia, que tem uma agenda própria e teve uma atuação mais dúbia, uma atuação mais conflitiva do que cooperativa. Com certeza, ele colhe frutos dessa relação”, diz.

“Alcolumbre teve tato para lidar, por exemplo, com as partes mais polêmicas na matéria de auxílio aos estados e municípios, uma norma regimental de grande maestria de Davi. Uma pauta que estava tão negativa para o orçamento público que ele mesmo decidiu mudar o projeto, apresentar e relatar. Ou seja, ele jogou no ataque, na defesa e no gol, evitando um mal maior para o país.”